domingo, 6 de maio de 2012

Light Profusion, parte 3 - Amor

Quero escrever que o amor é tudo.
Quero escrever que a verdade é uma ilusão.
Quero escrever apenas.
E vou escrever que amanhã ainda estou aqui.

Ainda que o amor seja ridicularizado.

Mesmo que não existam mais canções de amor.
Quero defende-lo até o fim dos tempos.
Não vou deixar tudo se tornar ilusões.
Quero escrever apenas.
Não vou escrever que...
E deixo um aviso: já não sei se estarei aqui.
Não quero que perguntem por mim.
Podem dizer que perdi a vontade de viver.
Mas, antes, lembrem que o amor é tudo.
Não se envergonhe em duvidar de mim.
Me entregue todo o seu ser.

Ainda que o amor seja ridicularizado.

Tanto quanto as canções de amor.
Quero canta-las até o fim dos tempos.
Não quero que ilusões me tomem conta.
Nem vou deixa-las invadir o seu ser.
Mas preciso que você me dê a mão.
E digo mais: deixe que perguntem por mim.
Não vou me importar com palavras.
Quero apenas escreve-las.
Sem amor não há felicidade.
Mesmo que tudo seja um grande delírio.

Ainda que o amor seja ridicularizado.

Quero te construir um céu.
E quando as estrelas queimarem.
Estarei aqui pra te defender.
Estarei atento pra não me iludir.
Não quero que ilusões te tomem de mim.
De novo não.
Eu insisto, não vá embora ainda.
Posso querer te entregar todo o meu ser.
Quero vive-lo até o fim dos tempos.
Mas preciso que você me dê a mão.
Amar alguém só pode fazer bem.

Ainda que o amor seja ridicularizado.

Quero terminar de escrever.
Não vou me conter outra vez.
Perdoe minha extravagância.
Não sei se vou continuar aqui.
Mesmo que tudo seja uma ilusão.
Ainda quando o céu se despedaçar.
Vou olhar as estrelas até ve-las queimar.
E você vai me bastar.
E vamos cantar canções de amor.
Rindo da felicidade que ele nos traz.

Ainda que o amor seja ridicularizado.

E quando acabar de ler.
Não se envergonhe em me procurar.
Sempre estive ao seu lado.
Só quero te fazer bem.
Amar alguém não pode fazer mal.
A não ser que seja uma grande ilusão.
Pode ter certeza que...
Ainda vamos nos encontrar novamente.

Ainda que, no fim dos tempos, o amor seja ridicularizado.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

TVM

Hoje quero que tudo se exploda
Vai pro inferno quem me quer mal
Vai pro céu quem me quer bem
E vou pros dois lugares
Não quero vingança, não te quero mal
Não quero saber de três palavras
Nada de "Ti voglio bene"
Muito menos "Ti voglio male"

Só não me peça perdão
Nem me peça pra ir embora
Peço pra te esquecer
Por que é tão difícil?
Só não me pergunte.
Não sei responder, nem mesmo perguntar
Te busco em todos os lugares
E sei que não devo te buscar

Falei muita coisa
E muita coisa foi inútil
O que é útil, não sei dizer
O que foi certo, talvez nem se pode julgar
E de julgamentos já bastam os meus
Três palavras me incomodam
Te quero do jeito que você é
Você se roubou de mim

O meu erro foi querer
Porque meu querer não tinha fim
E as perguntas que me faço não tem sentido
O sentido, cada vez mais non-sense
E agora estou aqui, sentado
De braços cruzados, esperando uma opção
Mesmo que essa opção seja apenas esperar

Eu que não sei nada do amor
Descobri que nem sei por onde começar
Não canso de tentar te esquecer
Mesmo sabendo que quanto mais eu quero
Menos eu consigo não te querer
E quanto mais eu falo, menos sentido vejo nas coisas
As malditas coisas que não existem

Que seria de mim sem o socorro das coisas que não existem?
Não tenho medo, nem piedade, nem julgamento
Tenho apenas a dor do que passou e não aconteceu
Tenho apenas o vazio de três palavras
"Não consigo esquecer"

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Nada, tudo - ou a beleza de ser um eterno aprendiz

De repente me vi no meio dessa multidão de idéias que não faziam sentido algum. Vi rostos conhecidos e não me senti tão perdido. Vi nesses rostos a dúvida do que a sorte lê. Senti um arrepio, como se visse um fantasma. Algum conhecido de um passado remoto, que eu nem lembrava mais ter existido. As idéias se conectavam, mas não se identificavam. Formavam uma grande confusão. Como se cada um quisesse defender sua verdade - e eram autênticos, não posso negar - mas sem saber que a verdade é única. Como canta a música, a verdade é uma ilusão vinda do coração. E tudo que é do coração é autêntico, e por isso merece ser ouvido. A cada um cabe decidir sua verdade (ilusão ou não).
Como diz o poeta, "que seria de nós sem o socorro das coisas que não existem?"... sim, nossas verdades podem não ser reais, mas se são úteis para dar um sentido ao que vivemos, vale a pena acreditar nelas.
Hoje busco um sentido. E, às vezes, a própria busca já é o que eu queria encontrar. Pra ser feliz, é preciso encarar as coisas como a gente quer que elas sejam. Não posso aceitar isso como clichê. No caos, enxergamos uma saída, dolorosa ou não. E essa saída pode ser uma ilusão. Afinal, precisamos das coisas que não existem, para um dia não precisarmos delas mais.
Outro dia pensei que a visão de uma criança nos mostra um caminho sólido. E continuo pensando assim. Porque as ilusões da infância são reais pra uma criança. Simples assim, sem rodeios. É aqui que me encaixo na "teoria do brincar".
Então, pra finalizar essa breve epifania, nada melhor do que cantarolar aquela velha e clássica letra, popular a todo brasileiro... "eu fico com a pureza da resposta das crianças, é a vida... é bonita, é bonita e é bonita!"