Escrevo. Simplesmente pelo fato de escrever. "Faço o círculo a minha volta, 360° e estou de volta". Dou voltas e voltas, como um círculo, e me sinto em casa. Difícil de explicar, mais difícil ainda vivenciar.
Meu passado reflete sombras ainda não bem esclarecidas. E o futuro se desenha num rascunho meio torto, meio distorcido. Algo confuso se mistura entre os giros que se torcem dentro da cabeça. Algo que é belo, porém perigoso. É parecido com toda a sensação de medo que a mudança traz consigo. Mas é algo ainda mais delicado, sem tanta dramatização de praxe.
Ele se vê no espelho. Eu me reflito, e não chego a conclusões sensatas. Não entendo nada a minha volta, a não ser o brilho do afeto que mantém vivas minhas esperanças. Nada me é estranho, nada me é familiar. As voltas insistem em me levar para outras dimensões, enxergar outros pontos de vista. E por isso sigo construindo e elaborando novos projetos. Olhar para trás é somente um dos pilares dessa construção. E olhar adiante me fascina, ao mesmo tempo em que me assusta. Quais serão as próximas cenas? Por onde andarei nesse mundo de tantas voltas?
Ele se confunde no meio da multidão. Eu me perco dentro de mim. E num instante já não estou mais ali. Vivo longe, penso alto. Mas não vou muito a fundo. Prefiro o risco da superfície, apesar de ter coragem de continuar me arriscando. Afinal, não é isso que a vida propõe? Quem não vai porque tem medo de sofrer é covarde.
Por falar nisso, ele se sentia envergonhado. Eu, hoje, não abaixo mais a cabeça. Sigo em frente com o orgulho que devo ter, com as armas que posso usar. Cada momento exige uma postura. Para cada gesto existe um modo de reagir. Bom senso nunca é demais. Mas não é disso que se trata. A loucura também é bem vinda em certas ocasiões. É chato quem "se cura" demais, já dizia Nise.
E assim ele prosseguia, sem pensar muito. Já comigo acontece o oposto. Sinto e vibro cada pulsação, abraço os pensamentos e faço deles uma refeição. "A poesia é para se comer".
"But I don't want an easy ride..."
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Sono solo nuvole
Há muito não escrevo publicamente. Apenas no caderno de confissões. Retorno ao blog, como se o tempo tivesse congelado durante esses anos.
"Sou somente nuvem" - a música mais linda do álbum mais recente da Laura Pausini, "Simili". Há momentos em que basta ser nuvem. Basta ser volátil, basta se entregar a mudanças. Faz parte do processo - o de evolução pessoal. O que a vida quer de nós é coragem, como dizia Guimarães Rosa. Para mudar é preciso coragem. E agora assumo a coragem de mudar. Imponho a mim mesmo a necessidade de rever conceitos, de re-inventar planos e sonhos, afim de alcançar objetivos que sempre estiveram em pauta.
"Abandono" uma cidade e um emprego que faziam parte da minha rotina. Abandono entre aspas porque não pretendo que seja no sentido literal da palavra. A intenção não passa de reflexão. Para se tomar atitudes é preciso deixar certos hábitos de lado. A cidade continua lá, o emprego continua sendo uma experiência única, e ambos representam uma parte de mim que não deixará de existir - o abandono é um "até logo!".
Me amparo nas pessoas que mais se importam com meu bem estar, ao contrário de antes, quando me apoiei em pensamentos equivocados, inspirado por gente que representa sentimentos negativos, como ganância e egoísmo. O orgulho, afinal, nos isola numa redoma de autodestruição. Não se constrói nada a base de vaidade. Não se consegue prolongar meias-verdades. É preciso organizar, estabelecer metas.
O caminho daqui pra frente se estende, se desenha em outros contornos, e não vai bastar ser corajoso. Vai exigir firmeza, empenho e força (principalmente a de vontade). Meus sonhos se tornam cada dia mais nítidos, mas o caminho até a concretização deles ainda é um esboço.
Continuo me re-inventando, naquela velha e mais autêntica concepção de que somos sujeitos à transformação - aquela metamorfose ambulante... E por enquanto me basta ser nuvem.
"Sou somente nuvem" - a música mais linda do álbum mais recente da Laura Pausini, "Simili". Há momentos em que basta ser nuvem. Basta ser volátil, basta se entregar a mudanças. Faz parte do processo - o de evolução pessoal. O que a vida quer de nós é coragem, como dizia Guimarães Rosa. Para mudar é preciso coragem. E agora assumo a coragem de mudar. Imponho a mim mesmo a necessidade de rever conceitos, de re-inventar planos e sonhos, afim de alcançar objetivos que sempre estiveram em pauta.
"Abandono" uma cidade e um emprego que faziam parte da minha rotina. Abandono entre aspas porque não pretendo que seja no sentido literal da palavra. A intenção não passa de reflexão. Para se tomar atitudes é preciso deixar certos hábitos de lado. A cidade continua lá, o emprego continua sendo uma experiência única, e ambos representam uma parte de mim que não deixará de existir - o abandono é um "até logo!".
Me amparo nas pessoas que mais se importam com meu bem estar, ao contrário de antes, quando me apoiei em pensamentos equivocados, inspirado por gente que representa sentimentos negativos, como ganância e egoísmo. O orgulho, afinal, nos isola numa redoma de autodestruição. Não se constrói nada a base de vaidade. Não se consegue prolongar meias-verdades. É preciso organizar, estabelecer metas.
O caminho daqui pra frente se estende, se desenha em outros contornos, e não vai bastar ser corajoso. Vai exigir firmeza, empenho e força (principalmente a de vontade). Meus sonhos se tornam cada dia mais nítidos, mas o caminho até a concretização deles ainda é um esboço.
Continuo me re-inventando, naquela velha e mais autêntica concepção de que somos sujeitos à transformação - aquela metamorfose ambulante... E por enquanto me basta ser nuvem.
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