"Sou somente nuvem" - a música mais linda do álbum mais recente da Laura Pausini, "Simili". Há momentos em que basta ser nuvem. Basta ser volátil, basta se entregar a mudanças. Faz parte do processo - o de evolução pessoal. O que a vida quer de nós é coragem, como dizia Guimarães Rosa. Para mudar é preciso coragem. E agora assumo a coragem de mudar. Imponho a mim mesmo a necessidade de rever conceitos, de re-inventar planos e sonhos, afim de alcançar objetivos que sempre estiveram em pauta.
"Abandono" uma cidade e um emprego que faziam parte da minha rotina. Abandono entre aspas porque não pretendo que seja no sentido literal da palavra. A intenção não passa de reflexão. Para se tomar atitudes é preciso deixar certos hábitos de lado. A cidade continua lá, o emprego continua sendo uma experiência única, e ambos representam uma parte de mim que não deixará de existir - o abandono é um "até logo!".
Me amparo nas pessoas que mais se importam com meu bem estar, ao contrário de antes, quando me apoiei em pensamentos equivocados, inspirado por gente que representa sentimentos negativos, como ganância e egoísmo. O orgulho, afinal, nos isola numa redoma de autodestruição. Não se constrói nada a base de vaidade. Não se consegue prolongar meias-verdades. É preciso organizar, estabelecer metas.
O caminho daqui pra frente se estende, se desenha em outros contornos, e não vai bastar ser corajoso. Vai exigir firmeza, empenho e força (principalmente a de vontade). Meus sonhos se tornam cada dia mais nítidos, mas o caminho até a concretização deles ainda é um esboço.
Continuo me re-inventando, naquela velha e mais autêntica concepção de que somos sujeitos à transformação - aquela metamorfose ambulante... E por enquanto me basta ser nuvem.