sábado, 25 de julho de 2009

In the desert

No meio do deserto. Uma faísca de água fluía como fogo. E queimava os olhos de quem se aproximava de mim. Ao sol, não se atrevia olhar. Ao chão, minha sombra se evaporava, como a água nos poros de minha pele. Ao céu, um azul limpo e seco. Seguia adiante, sem saber ao certo onde chegaria. Na verdade, não havia destino a se atingir. Só existia o deserto, seu calor, seus mistérios, e meus devaneios. Me sentia no limite, entre a sanidade e o delírio, o qual se inicia com a desidratação. Envolto por mantos, panos e roupas pesadas, me sentia um nômade. À minha volta, vultos rodopiavam, como se quisessem me circundar de areia no ar. Eu respirava, sereno. Não havia com o que se preocupar. Minha alma estava íntegra, apesar de quase em ebulição. Meu pensamento viajava, sonhava... E meu corpo apenas seguia em frente. Porque segurança não me falta. O que me falta agora é objetivo. As mantas me protegem do calor. E o calor me protege da insanidade. Simples. E obsceno. Esse cenário se projeta, mas não faz sentido algum. Apenas representa um estado de espírito. E o deserto, se estende pelo horizonte, onde meus olhos não conseguem mais enxergar. O sol brilha com uma luz tão explosiva! Que vontade de me deitar nas areias e apenas dormir. Mas dormir significaria morrer. E não é esse meu objetivo. Mas, então, qual é? Querendo ou não, meus dias se procedem assim... caminhando. Pelo menos caminho abençoado pela luz do sol...

Hoje estou em alfa, depois de assistir ao filme "Caótica Ana". É um filme alternativo, espanhol. Recomendo àqueles que têm sensibilidade. E que gostam de liberdade.


Sem mais para escrever, deixo aqui minha epifania... Ando escutando muitas músicas. Novas de Mika, álbum da Pink, álbum do Sigur Rós, álbum do Jason Mraz... Mas o que me deu vontade de postar aqui hoje foi um clipe da Lily Allen. A música se chama "Fuck you". Prefiro não comentar. Tirem suas próprias conclusões. Além de inusitada e divertida, a música tem letra e conteúdo.
[Obs: o clipe que se segue está na versão politicamente correta, encobrindo a palavra fuck]

Lily Allen - F*CK YOU

As fotos de hoje são de Mrs. Ciccone, que lançará sua 3ª coletânea, provavelmente em setembro, com seus maiores sucessos, além de 2 prováveis lançamentos: Celebration (que dá nome ao álbum), e Revolver (nome ainda não confirmado). A 1ª já foi lançada hoje em versão remix, mas como a letra da música não está audível, não me preocupei em baixar ainda. Então, a foto abaixo é a capa da coletânea. Uma montagemde 2 fotos antigas. Minha opinião: ficou very cool!! A outra foto é de um show da S&S Tour em Madrid, que ela termina com a bandeira brasileira! Deve ser homenagem a seu "melhor amigo" Jesus Luz!! [risos]

terça-feira, 21 de julho de 2009

Sóbrio ou embriagado?

Uma luz no fim do túnel. Um túnel que não tem fim. Um fim que parece consumir cada gota de esperança. Gotas que não param de pingar. Pingos que enlouquecem qualquer um. Uma loucura que não cabe dentro de si. Um cabimento sem eira nem beira. Uma beira de um abismo. Um abismo cujo fim é invisível. Uma visão que perturba. Um distúrbio que aumenta o desespero. Um desespero de não ter como sair. Uma saída que se esconde por trás da escuridão. Uma escuridão que zomba das trevas. Umas trevas que se enraizaram no túnel. Um túnel que não tem fim. Um túnel que não tem luz alguma, pois não tem fim onde essa luz possa existir... Apenas a escuridão, a loucura e o desespero. Mas, eis que surge das gotas de esperança um orvalho, cuja serenidade abafa o sofrimento. Uma serenidade que se dissemina como doença. Uma epidemia de tranqüilidade. Uma tranqüilidade que lança o desespero ao abismo, cujo fim é invisível. Atônito, o desespero é expurgado. Frenéticas, as trevas brigam com a loucura, surgindo um caos diabólico. Mas não há trevas ou loucura qualquer que não sejam passíveis de derrota. Pois então: o vírus da paz se alastra, e enfraquece seus inimigos. De uma vez, o sofrimento é esmagado pela perseverança. A visão perturbada começa a enxergar o que era embaçado. E os distúrbios começam a dar lugar ao equilíbrio mental. A força da luz se irradia pelos poros do túnel, abrindo uma vastidão de boas vibrações energéticas, capazes de destruir esse caos recém instalado. Tudo se torna claro, sóbrio. A embriaguez antes dominante passa a ser ridícula, e serve apenas de inspiração. Mas o equilíbrio, infiltrado de paz, se torna a coisa mais procurada, em qualquer circunstância. Mesmo sem fim, esse ciclo de trevas e luz se desenha como aprendizado.


Inferir que a luz é o caminho, isso é fato. Dizer que as trevas ensinam: essa é a questão. Até que ponto temos coragem de desafiar as trevas que nos habitam? Até que ponto é saudável o desequilíbrio causado por esse desafio? Dilemas existem, e sempre haverão de existir... Eu vim aqui para confundir, e não para esclarecer.


[Então, não chore por mim. Minhas lágrimas são as próprias palavras que desaguam por aqui. Quase nada em seu sentido literal. Metáforas são meu prazer.]


"Pois transbordando de flores
A calma dos lagos zangou-se
A rosa-dos-ventos danou-se
O leito do rio fartou-se
E inundou de água doce
A amargura do mar
Numa enchente amazônica
Numa explosão atlântica
E a multidão vendo em pânico
E a multidão vendo atônita
Ainda que tarde
O seu despertar"


Sem mais delongas... Vou parabenizar a todos os meus amigos, por serem meus amigos, por realizarem muito bem seus papéis como amigos. Sobre esses "papéis" eu prefiro nem comentar, pq são inúmeros... Enfim: Feliz dia do amigo (dia 20) pra todos!

Como canta Laurinha:


"E lembre-se que enquanto você viver

Um amigo é a coisa mais verdadeira que há

É o companheiro da maior viagem que você faz

Um amigo é algo que não morre jamais"



Estou em devaneios, correndo pra lá e pra cá, em busca de um não-sei-o-que, mas "minha procura por si só já era o que eu queria achar...". Achar as músicas que se mesclam nas idéias da minha cabeça, isso eu consegui. Mas dar sentido a essa epifania... Isso não garanto.

Espero que daqui pra frente, tudo possa ser diferente... Mais limpo, mais claro... e principalmente, mais sóbrio!!

E o clipe perfeito para hoje é Sober, da P!nk. A melhor música (na minha humilde e sincera opinião) do seu novo álbum Funhouse.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Olhos nos olhos

"In your eyes i'd like to stay..."

Esse é o ultimo verso da música Thinking of you, da Katy Perry, que está até tocando na novela Caminho das Índias. Mas já curto Katy - e essa música - há um tempo, e esse verso eh minha cara, pq uma das partes que valorizo numa pessoa são os olhos, e o que eles expressam. Uma vez ouvi ou li que os olhos funcionam como um reflexo da alma, permitindo que quem os analise a fundo possa visualizar a alma da pessoa observada.

[Adendo: o céu hoje está de uma cor azul que cega meus olhos, de tão forte! Um azul piscina, escancarado, sem nuvens, que deixa até o sol envergonhado]

"Foi então que, não mais que de repente, um animal me encarava. Não sabia definir se era um lobo ou alguma raça de cachorro grande. Mas seus olhos, a única coisa em evidência, se lançavam sobre mim como facas afiadas. Não precisou mostrar os dentes, ou rosnar, ou fazer qualquer tipo de ameaça para que eu me sentisse amedrontado. Aquele olhar era mais que suficiente. Era desafiador. E desafios me excitam. Não posso enfrentar essa fera sem arma na mão, pensei comigo mesmo. Mas crescia uma força dentro de mim que irradiava, e mantinha a besta imóvel, como se estivesse empalhada. Já não sabia mais ler aquele olhar. Não entendia mais quem tinha medo de quem. Em questão de segundos, os olhos do animal foi se tornando terrivelmente apavorado, como numa inversão de papéis. Eu não acreditava, mas quem dominava a situação agora era eu. E agora eu era forte, temível, e fiz com que o bicho se sentisse acuado, indefeso, sem saber qual postura devia tomar diante de mim. Nossos olhares se identificaram nesse momento. Daí ele entendeu, instintivamente, que éramos apenas dois seres vivos, livres para compartilhar qualquer tipo de sensação ou emoção. Ainda não compreendo como tudo isso aconteceu, tão rápido, e qual foi a força que me salvou! Mas uma certeza eu tenho: só de olhar para ele, sinto um turbilhão de sentimentos, um atropelando o outro. A insônia me persegue, e aqueles olhos se mantêm vivos na minha mente."





O olhar de hoje é de Madonna, do clipe de Frozen (quem já viu, sabe que a foto acima é do cachorro do clipe). Aliás. é a música que coloco hoje, na versão da 2ª etapa da turnê Sticky & Sweet.


"You only see what your eyes want to see
How can life be what you want it to be?
You're frozen, when your heart is not open
(...) Give yourself to me
You hold the key"

[2° adendo: "Se você quer fazer do mundo um lugar melhor, olhe para si mesmo e, então, faça a mudança"
- Michael Jackson.]


quarta-feira, 1 de julho de 2009

O fim

"E então o céu foi se tornando alaranjado, enferrujado, e ia calmamente apagando os últimos raios de sol, que teimavam em ir embora. Assim se deu o fim. Sereno como um crepúsculo, mas persistente como a luz. Demorou, mas se apagou. Enfim, os óculos escuros já não têm utilidade alguma. A retina, obrigada a se acostumar com a luz artificial, se esforçou. O riso se transformou em aconchego. E a tormenta se atenuou, dando lugar à calma. Raios de sol foram descaradamente substituídos pela lua, fina e imponente. Quando percebi, já não estava mais calor. O frio tomou conta do meu corpo. Apesar disso, o conforto que sentia me aquecia, e de repente o frio fora embora. Eu também estava de partida. Ou melhor, de volta para casa. "Não há lugar melhor que a nossa casa"... Estou em meu lugar. Meu travesseiro, meu cachorro, meus livros...
Quando me recordo do passado, enxergo através de lentes embassadas aquilo que eu realmente queria. Não era felicidade, nem amor ou sucesso. Era paz de espírito. Deitar no meu travesseiro e sentir que cumpri as promessas que fiz a mim mesmo. Isso ainda não é realidade, mas o que importa é ser fiel aos meus sonhos. Será que sou fiel?!"

Esse era meu dilema. E agora está resolvido. Não no sentido de ter sido respondida a pergunta. Sim no sentido de me dar a paz que preciso para continuar seguindo meu caminho. Com mais clareza. Mais pureza. E o mais importante: mais segurança (ou, como queiram, menos insegurança, já que sou humano!). Foi assim que tudo terminou. Essa é a mensagem desse período que passou. "Fidelidade às metas traçadas" (engraçado, mas isso me lembra o Kumon!). Feedback.

Fim de semestre, despedidas. Uns se despedem pra sempre, como o Rei do Pop, Michael Jackson. Outros só falam "até logo!", pois saberemos que vamos nos encontrar logo, como a Maria Fernanda (Mary kay!).

Mas despedidas não são meu forte. Prefiro encarar como o começo de uma nova fase, mesmo que na ausência de pessoas queridas. Enfim, as tão desejadas férias!! Chega de provas, trabalhos, cansaço físico e intelectual. Um mês pra colocar a cabeça nas nuvens, sem ter com o que se preocupar... E morar no mundo da lua é comigo mesmo!

E por falar nisso, 2ª feira rolou aquela rotineira festinha pós-prova, que serviu de despedida para as férias! Bem, alguns mantiveram a sanidade, mas o que dizer dos insanos? Prefiro não comentar! Eis aqui uma pequena amostra grátis (aliás, amostra de algo impagável!).


Hoje (dia 2) é níver do meu progenitor, aquele que eu admiro sempre, e que merece muito além dos meus parabéns... merece ser feliz na medida do possível. E farei o impossível para mante-lo feliz. A felicidade de se sentir em paz, amado e satisfeito. Deus sabe o quanto ele merece. E é por isso que digo: amo meu pai, invariavelmente!!
O clipe de hoje é em homenagem a 2 pessoas. À Laurinha, que tb curte Lady Gaga (principalmente a música do clipe, PAPARAZZI). E ao eterno Michael, que deixou seu legado: o avanço da música pop, a união dos ritmos entre brancos e negros, e seu exemplo, que com certeza é seguido (e idolatrado) pela atual pop music. Vide Lady Gaga, super criativa, inédita e surpreendente com seu "curta-metragem":


Uma singela homenagem (7 dias após sua morte)... àquele que modelou (ou pelo menos alavancou) o estilo de música que eu curto hoje. Ah! Quero ressaltar que quem me conhece sabe que odeio clichês. Portanto, escrevo sobre o Michael não como fã, ou dentro desse frenesi só porque ele faleceu. Mas aproveito a ocasião para demonstrar o quanto ele foi significativo com sua influência artística.