terça-feira, 21 de julho de 2009

Sóbrio ou embriagado?

Uma luz no fim do túnel. Um túnel que não tem fim. Um fim que parece consumir cada gota de esperança. Gotas que não param de pingar. Pingos que enlouquecem qualquer um. Uma loucura que não cabe dentro de si. Um cabimento sem eira nem beira. Uma beira de um abismo. Um abismo cujo fim é invisível. Uma visão que perturba. Um distúrbio que aumenta o desespero. Um desespero de não ter como sair. Uma saída que se esconde por trás da escuridão. Uma escuridão que zomba das trevas. Umas trevas que se enraizaram no túnel. Um túnel que não tem fim. Um túnel que não tem luz alguma, pois não tem fim onde essa luz possa existir... Apenas a escuridão, a loucura e o desespero. Mas, eis que surge das gotas de esperança um orvalho, cuja serenidade abafa o sofrimento. Uma serenidade que se dissemina como doença. Uma epidemia de tranqüilidade. Uma tranqüilidade que lança o desespero ao abismo, cujo fim é invisível. Atônito, o desespero é expurgado. Frenéticas, as trevas brigam com a loucura, surgindo um caos diabólico. Mas não há trevas ou loucura qualquer que não sejam passíveis de derrota. Pois então: o vírus da paz se alastra, e enfraquece seus inimigos. De uma vez, o sofrimento é esmagado pela perseverança. A visão perturbada começa a enxergar o que era embaçado. E os distúrbios começam a dar lugar ao equilíbrio mental. A força da luz se irradia pelos poros do túnel, abrindo uma vastidão de boas vibrações energéticas, capazes de destruir esse caos recém instalado. Tudo se torna claro, sóbrio. A embriaguez antes dominante passa a ser ridícula, e serve apenas de inspiração. Mas o equilíbrio, infiltrado de paz, se torna a coisa mais procurada, em qualquer circunstância. Mesmo sem fim, esse ciclo de trevas e luz se desenha como aprendizado.


Inferir que a luz é o caminho, isso é fato. Dizer que as trevas ensinam: essa é a questão. Até que ponto temos coragem de desafiar as trevas que nos habitam? Até que ponto é saudável o desequilíbrio causado por esse desafio? Dilemas existem, e sempre haverão de existir... Eu vim aqui para confundir, e não para esclarecer.


[Então, não chore por mim. Minhas lágrimas são as próprias palavras que desaguam por aqui. Quase nada em seu sentido literal. Metáforas são meu prazer.]


"Pois transbordando de flores
A calma dos lagos zangou-se
A rosa-dos-ventos danou-se
O leito do rio fartou-se
E inundou de água doce
A amargura do mar
Numa enchente amazônica
Numa explosão atlântica
E a multidão vendo em pânico
E a multidão vendo atônita
Ainda que tarde
O seu despertar"


Sem mais delongas... Vou parabenizar a todos os meus amigos, por serem meus amigos, por realizarem muito bem seus papéis como amigos. Sobre esses "papéis" eu prefiro nem comentar, pq são inúmeros... Enfim: Feliz dia do amigo (dia 20) pra todos!

Como canta Laurinha:


"E lembre-se que enquanto você viver

Um amigo é a coisa mais verdadeira que há

É o companheiro da maior viagem que você faz

Um amigo é algo que não morre jamais"



Estou em devaneios, correndo pra lá e pra cá, em busca de um não-sei-o-que, mas "minha procura por si só já era o que eu queria achar...". Achar as músicas que se mesclam nas idéias da minha cabeça, isso eu consegui. Mas dar sentido a essa epifania... Isso não garanto.

Espero que daqui pra frente, tudo possa ser diferente... Mais limpo, mais claro... e principalmente, mais sóbrio!!

E o clipe perfeito para hoje é Sober, da P!nk. A melhor música (na minha humilde e sincera opinião) do seu novo álbum Funhouse.

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