O meio

"Era assim, como numa primavera sem flores. Minha véspera era como o preparo de um velório. Apesar do sorriso estampado no rosto, a calma era aparente. Meu rosto se dissolvia no escuro, experimentando a amargura de um quarto vazio. Como uma tormenta, de repente me sentia no meio de um jardim labirinto, sem qualquer perspectiva de saída. Então, resolvi me sentar e esperar que o pesadelo acabasse logo. Desesperado, a realidade era tangível. Estava realmente solitário, e sem saída. As árvores se estendiam para cima, tocando o céu tenebroso com seus galhos tortuosos. E esse velório, em que eu era o protagonista, não parecia acabar. Nem queria parar de me magoar. Assim se passaram as horas. Meu rosto passou a demonstrar um vazio imensurável.

Como um raio, as lágrimas se partiram das minhas órbitas, sem permissão, sem pudor. Me inundaram, e até meu nariz resolveu participar da enchente de secreções. Olhava para cima, meus olhos ardiam, meu nariz coçava. Olhava para cima. Percebi que minha vida naquele momento se resumia a um simples dilema. Mas a resposta não tinha como existir, já que a pergunta ainda não tinha sido feita. O dilema se mantinha secreto; minhas idéias eram tão torpes, que não me permitiam raciocinar e chegar a alguma conclusão... ainda em prantos, meus olhos olhavam para o enorme céu, que aos poucos foi perdendo as nuvens, dando abertura a um sol, tímido e pálido. O que estava molhado se aquecia. O medo foi se encolhendo, fugindo de encontro às raízes do jardim.


E então, nesse ascendente encontro de luz com escuridão, as trevas que me amarravam ao chão se tornaram pássaros, e eu era livre para voar. Ultrapassei os altíssimos galhos tortos, sem cansar de subir. O vento era leve e gentil, e me carregava. E no mais profundo da minha tristeza, o sol me afagava e me tornava satisfeito por estar alcançando meu sonho de voar. Nesse sonho, não havia espaço para pesadelos. Não cabiam trevas. Somente eu, minhas asas e minha vontade de viver.


Mas o dilema ainda continua a roer meu espírito..."

O vídeo de hoje é o recém lançado clipe de "Miles Away" - Madonna. É um mix do show com cenas dos bastidores e, claro, dos lugares por onde a turnê passou.

Aliás, Miles away descreve bem como é um namoro, especialmente a distância.

"You always have the biggest heart, when we're six thousand miles apart..."

Sobre o dia dos namorados, eu prefiro não comentar... Mas dia 02 deste mês foi aniversário da mamma mia, e não posso deixar de registrá-lo aqui. Apesar de ser belissima cosi, achei desnecessário expor em palavras o que ela merece de presente. Deixo apenas Buon compleanno!

Outro comentário que não posso deixar de fazer é sobre a festa da minha turma, o Sertamed. Mas como minha preguiça sobre sertanejo me enfraquece, só tenho uma coisa a pronunciar: foi MAAARA!! Não só a festa em si, mas todo o processo de divulgação e animação da galera! Espero que tenhamos lucrado...