quarta-feira, 11 de abril de 2012

LIGHT PROFUSION, parte 1

É impressionante como se organiza e desorganiza a mente humana. E é maravilhoso! É sensacional perceber que no caos se encontra o equilíbrio. Quando tudo está sombrio, qualquer luz se faz brilhante. E quando seguimos o que nossa intuição orienta à nossa inteligência, as peças vão se encaixando, formando imagens e cenas cada vez mais sensatas. Qualquer jogo demonstra isso com clareza. O da sedução, por mais cruel que seja, nos introduz num labirinto obscuro, onde existe fantasia, ilusões, oásis, pecado... e depois vem a paixão, nos cegando a sensatez de discernimento. A vaidade nos engana, brincando com a nossa capacidade de diferenciar o que é real, o que não faz parte de si próprio, e o que o sedutor significa. É nesse caos que devemos ser sagazes, para esclarecer onde está o amor. Se ele é amor-próprio nos despindo e vestindo o outro, ou se é amor recíproco, em que ambos vestem suas próprias roupas. Já falei sobre liberdade, e hoje repito que nada nos faz livre senão o auto-conhecimento. E é preciso caminhar entre as trevas para saber o que é a luz. É preciso se machucar para aprender o que é dor. E é preciso se apaixonar para se doar, compartilhar e depois voltar a si mesmo. A paixão nada mais é do que um caminho tortuoso para dentro de nós mesmos, enquanto achamos que estamos caminhando para fora. Quanto mais se insiste em se apaixonar, maior é o desejo por si mesmo. Maior é a sede quanto mais caminhamos no deserto em direção ao oásis. E digo mais: o oásis somos nós. A beleza que vemos no outro nos reflete. E é assim que a sedução nos ilude. É assim que, no momento de perversão, é perigoso arriscar e acabar se enganando, se afogando no reflexo de si mesmo no lago.
Hoje sou Narciso. E não há nada mais belo do que se olhar no espelho e se sentir amado - por si mesmo.
Não tenho mais medo de me amar. Se um dia eu me decepcionar, não tem problema. Não vai ser a primeira vez.
Um dia ainda me perdoo por todos os meus erros e defeitos. É assim que se renova o caos, transformando as trevas em luz. E nesse ritmo de light profusion...
Viva a liberdade!

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